Um Novo Fazer Político

AULA 1 – Contexto Histórico – Explorando os aspectos da Contemporaneidade – Buscar abordar aspectos do contexto atual que demonstram o desencanto com a Política tomando por base: a tecnificação, a secularização, bem como as características de um mundo complexo, marcado pela novidade, fragmentação, inovação e interdependência. Abordar ainda as relações sociais e os movimentos de enfrentamento destacando algumas características presentes na sociedade, que identificam o ser humano como: endividado, securitizado e representado.

AULA 2 – A Formação do pensamento e as principais obras de Hannah Arendt– Hannah Arendt sempre apreciou o pensar sobre algo concreto. Ao longo de sua vida desenvolveu o gosto da análise dos fatos, buscando realçar a distinção entre o público e o privado e, sobretudo, o predomínio e a importância da relação público/privado, um dos grandes temas de sua reflexão política. Além disso, adotou uma metodologia que lhe permitiu iluminar o passado e esclarecer o presente, fugindo de certos determinismos, observando as relações inteligíveis, o conjunto histórico e a sucessão de acontecimentos. Este método se complementa pela indagação básica e permanente sobre o significado da ação humana.

Destacar as principais obras: A Condição Humana, As Origens do Totalitarismo, Entre Passado e Futuro, Crises da República, Da Revolução, Homens em Tempos Sombrios, Eichmann em Jerusalém e outras.

AULA 3 – A Polis Grega – O retorno ao Antigo e sua atualização no tempo histórico – Diante da ruptura da tradição, a filósofa colocou no centro de suas preocupações as ações das pessoas e a maneira como essas ações afetavam o mundo, uma questão considerada eminentemente política. Para compreender o que seja a política, Arendt volta-se à antiga Grécia, resgatando o conceito de origem da política, a fim de obter uma luz que refletisse no presente e a auxiliasse no processo de compreensão dos eventos políticos de sua atualidade.  Analisar o período que foi o berço da democracia e as possibilidades que se abriam para que a palavra e a ação conjunta fizessem diferença, fez desse período um exemplo único a ser considerado também como luz para os dias atuais.

AULA 4 – Pensar num novo fazer político – a democracia e suas formas – Hannah Arendt, concedeu, em 1976, importante entrevista ao escritor alemão Adelbert Reif.

Quando questionada sobre novas formas de governo atribuiu aos estudos que fez sobre as revoluções desde o século XVIII, o surgimento de rudimentos de uma nova forma de governo, que estavam aparecendo fora do curso da revolução, fora das experiências de ação propriamente ditas.

Segundo Arendt, “há episódios, que passam quase despercebidos aos historiadores, nos quais ocorreram genuínas ações de comum acordo, adotando a forma de “conselhos” criados espontaneamente”. Em toda parte, existe a possibilidade das pessoas se juntarem, seja qual for o seu status, discutirem e identificarem os interesses públicos que, de fato, as unem. Esses agrupamentos espontâneos sempre existiram (e existem) e da mesma forma que aparecem, podem se desfazer rapidamente. Na troca de opiniões, chega-se a uma opinião formada e nela se exprime o espírito público e as possibilidades de se pensar num novo fazer político.

AULA 5 – O reencanto com a política é, então, possível? – Para responder a esta questão há que ser prudente, pois nas análises de Arendt a respeito do totalitarismo e da perda do sentido político a filósofa sempre procurou honrar a crença na liberdade e na espontaneidade do homem. A compreensão política para Arendt está vinculada com as ideias de liberdade e de espontaneidade humanas, para a qual deve haver um espaço para o desenvolvimento da política. Para Luc Ferry, filósofo francês contemporâneo, as condições para a busca do reencanto pela política passam por identificar a finalidade da política na contemporaneidade.  Assim, vale abordar temas como: o coletivo dos cidadãos, a igualdade dos cidadãos, a questão da liberdade e o espaço público.

AULA 6 – A “Constituição Cidadã” e os caminhos de participação democrática – Num mundo tão complexo e interdependente poucos se lembram de que a palavra “crise” foi cunhada para designar os momentos de tomada de decisões. Esta reflexão só passa a fazer parte do cotidiano quando as coisas, de fato, ou não dão certo, ou quando tiram as pessoas da chamada “zona de conforto”. Verifica-se então o que, de fato, dá errado e procura-se colocar a questão do certo e do adequado, dando lhes um olhar mais atento.

Como argumenta o sociólogo Zigmunt Bauman: “Buscamos a teoria quando as coisas que temos preciosamente nas mãos nos escapam”. As pessoas, de um modo geral, têm dificuldades de compreender o momento presente, tão desafiador e incerto. Além de se viver num ambiente complexo, a intensidade alta e incomum de como as crises se apresentam, sejam elas de ordem mundial, de valores, de cultura e de outras inúmeras crises que surgem diariamente, geram inquietação porque as respostas que se davam a um mundo onde as coisas mudavam muito lentamente não se encaixam no cenário atual.

Dar atenção às formas de participação e ação política podem indicar caminhos de efetiva presença e articulação entre as pessoas. A Constituição brasileira de 1988, chamada de “Constituição Cidadã” aponta caminhos, pois sua redação que contou com mais de 120 emendas populares e outras tantas possibilidades legais, aponta para o fato de que as pessoas podem exercer a efetiva cidadania por meios legítimos de participação democrática.